segunda-feira, 7 de novembro de 2011

POR QUE PEGAMOS RESFRIADO: uma visão comportamental?


Olá a todos. As chuvas têm deixado nossas manhãs mais preguiçosas e Escondendo o canto dos pássaros. O friozinho que chama um bom aconchego no lar pode não ser tão bem visto por muitos.

Na terça-feira (01/11) por volta das 19h eu e Adriana trinidad fomos ao supermercado comprar algumas coisas pra comermos. Sendo o supermercado ficando a dois quarteirões preferimos ir andando e evitar o hipercomodismo do automóvel.

Houve uma enorme chuva em Teresina mesclada a muito vento. De fato, esperamos esse vendaval passar. Comemos algo na lanchonete do supermercado, mas a chuva estava irredutível.

Tínhamos que sair daquele lugar. As horas se passavam e nada. Então, apesar de ainda estava intrafegável, decidimos ir sob a chuva mesmo. Evidentemente que protegemos os pertences (celulares, carteiras e sapatos, etc.) nas sacolas de compras (ecologicamente incorreto).

Ao chegarmos em casa muito molhados, pensei: Só se secar e agasalhar ou banhar, secar e agasalhar?


Se observarem as palavras são verbos, e como tais, expressando ação. E ação é comportamento. E todo comportamento retorna outras ações que mobilizam um mundo invisível ao olho do leigo. Comecei a me perguntar: Por que geralmente as pessoas ficam resfriadas quando se molham na chuva? Já é sabido que os “picornavírus, bem como os rinovírus, causam a maioria”(1) dos resfriados.  Mas como cientista comportamental pensei primeiramente na topografia (como ocorre) do comportamento, não no agente causador (oportunista). 

Quando se está na chuva o corpo se molha de duas formas:
  1. Os pingos tendem a bater na região facial e peitoral quando em movimento, ou 
  2. Nos ombros e topo cabeça, quando parados.

Fonte(adaptadas): escultopintura.com.br/
Não está claro ainda (ao menos pra mim) como ocorrem muitos processos internos dos sujeitos a nível de microorganismo, mas por inferência podemos antecipadamente aceitar e até compreender sua existência. O exemplo mais clássico de influências do ambiente em nossas reações internas é o experimento com cães, feitos por Pavlov, onde as glândulas do animal são estimuladas a produzirem salivas por um evento que não tem relação com comida (estímulo neutro), mas que ao se relacionar produz mudanças.

Ainda que de modo imperceptível, essas mudanças ocorrem todos os dias quando estamos em nossas rotinas do dia-a-dia, tais como no computador, olhando um post facebook ou twitter ou quando conversamos com amigos.

Apreciando com esse conhecimento as regiões afetadas (rosto e peito), não seria espantoso se considerássemos os seguintes pontos:

·         A região torácica é responsável pela chegada de ar ao corpo (oxigenação sanguínea). Consideraria um resfriamento das vias aéreas e pulmão, conseqüentemente o sangue.
·         Mudanças de temperatura provocam mudanças a nível local (músculo e células e terminais nervosos) e
·         Tais mudanças colocam o cérebro em alerta para possíveis problemas o qual tentará resolver dando sensações e ativando órgãos/glândulas para garantir a homeostase geral e da temperatura especificamente.

Essas reações a nível micro são estradas seguidas para uma baixa significativa em muitos processos rotineiros no corpo, pois o corpo tentará se comportar de modo divergente à seu padrão. Deste ponto em diante microorganismos podem se alojarem em locais específicos e até passarem uma boa temporada. O corpo está trabalhando contra algo supérfluo (a enxurrada) e abre espaço possível para os “pequeninos” depredarem a estrutura imunológica. E é ai onde ocorre o “erro de tipo” (termo emprestado do Direito) que pode submeter todo o resto.

Sabiamente o Dr. Márcio diz que  “Não existem evidências de que o resfriamento do corpo possa levar uma pessoa a desenvolver um resfriado. Contudo, o estresse emocional, a fadiga e outros fatores que diminuem os mecanismos de defesa (imunidade) do organismo podem facilitar o surgimento da doença.” (2). Entendamos esse estresse emocional, fadiga, etc. como reações (comportamentos) inespecíficas que desgasta o corpo de uma maneira geral. É como um trabalhador que faz muitas tarefas ao mesmo tempo e que uma delas não sairá perfeita. E neste caso geralmente é a imunidade.


Esta é a resposta pra qualquer problema respiratório? Não, nunca será. Em momento algum este texto tem intenção de ser um apanhado fisiopatológico, mas apenas advertir aos amigos o fato de que o corpo se comporta sempre, contrariando o que aprendemos errôneamente na escola de que dentro dos corpo não existem comportamentos e sim nomes  descritivos(uma fotossíntese, uma plasmocitose, uma fagocitose, uma meiose, etc. etc.). E não me admiro se questionarem essa abordagem porque até nós Psicólogos não vemos nas cadeiras da academia questões tão intrigantes. Somos treinados a pensar clínico, desconsiderando muitos processos.



FONTES: